Idosos têm prejuízo de R$ 200 mil em golpe de empréstimo consignado
05/06/2025
(Foto: Reprodução) Nove vítimas foram identificadas em BH, e o prejuízo deixado foi de R$ 200 mil. No entanto, a polícia acompanha movimentações bancárias dos suspeitos em todo o país. Valores chegam a R$ 38 milhões. Idosos têm prejuízo de R$ 200 mil em golpe de empréstimo consignado
A polícia investiga uma organização criminosa suspeita de aplicar golpes em idosos, por meio de empréstimos consignados. Nove vítimas foram identificadas em Belo Horizonte, e o prejuízo deixado foi de R$ 200 mil. No entanto, a polícia acompanha movimentações bancárias dos suspeitos em todo o país e os valores chegam a R$ 38 milhões.
Os criminosos agiam em empresas que ofereciam empréstimos a idosos. Eles conseguiam acesso a informações sobre vítimas que possuíam dívidas com consignados. Assim, os suspeitos ofereciam quitar esses empréstimos dos idosos, desde que eles pagassem uma determinada quantia.
Esses idosos faziam o pagamento, na expectativa de terem a dívida quitada, mas logo depois os funcionários dessas empresas "sumiam", e não respondiam mais.
Além disso, com as informações pessoais das vítimas os mesmos criminosos faziam outros empréstimos, deixando-as ainda mais endividadas.
Veículo avaliado em R$ 150 mil é apreendido em operação
Polícia Civil de Minas Gerais/Divulgação
"Eles tinham uma planilha onde recebiam informações desses aposentados. Essas pessoas acabam contraindo diversos empréstimos, e quando elas estão muito endividadas, aparecem essas instituições financeiras que oferecem pagar a dívida. A pessoa contrata, a empresa paga uma parcela, ou duas, e logo em seguida desaparece. Acaba que o aposentado fica com as várias dívidas", disse o delegado Alessandro Santa Gema, responsável pelas investigações.
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Desde 2020
De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), as investigações começaram quando várias vítimas procuraram a delegacia para denunciar o crime.
A empresa atuava em Belo Horizonte desde 2020, como filial de uma outra unidade que fica no Rio de Janeiro. Na capital mineira, a polícia identificou um casal de sócios que mora na Pampulha, uma das regiões nobres de BH.
Alguns dos funcionários chegaram a ser ouvidos durante as investigações e afirmaram à polícia que haviam metas a serem batidas na empresa, que iam de R$ 300 a R$ 500 mil por mês.
"Eles [suspeitos] entravam em contato com esses aposentados e faziam com que eles adquirissem um empréstimo, só que a partir disso eles captavam biometria e fotos dos documentos pessoais das vítimas e faziam empréstimos, abriam contas nos nomes deles, entre outros crimes", explicou o delegado.
Durante a ação, realizada em um imóvel na região da Pampulha, foram apreendidos dinheiro, cartões bancários, documentos, objetos de interesse para a investigação e um veículo avaliado em mais de R$ 150 mil.
Os investigadores agora procuram por outros envolvidos no crime. De acordo com a Polícia Civil, foram identificadas várias contas de possíveis "laranjas" que recebiam valores e distribuíam para outras contas bancárias.
Há ainda indícios de ligação com outra organização criminosa com atuação nacional, sediada em São Paulo. Até o momento, nenhum suspeito foi preso.
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